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domingo, 18 de abril de 2010

"Acabamos com o tabu dos Gracies " Mestre FADDA










Oswaldo Fadda, que está no jiu-jitsu há mais de 20 anos, é,talvez, o único que jamais recebeu ensinamentos dos Gracies ou de qualquer de seus alunos. Aprendeu na marinha, com o professor Luiz França Filho, que tinha sido pupilo de Mitsuyo Maeda e Soishiro Satake, lutadores originários do Kodokan.
O Professor Luiz França,foi um verdadeiro Mestre desta Arte, morreu feliz no interior do Brasil, por ter transmitido seus conhecimentos, sem segredos, ao seu aluno Oswaldo Fadda, um dos poucos cultivadores e idealistas desta modalidade no Brasil.
Fadda nasceu, viveu e morreu em Bento Ribeiro. Homem humilde, conhecedor profundo do Jiu jitsu e o pioneiro a levar a “arte suave” para o subúrbio carioca.
Em 1942 Fadda recebeu a faixa preta e começou a ensinar Jiu-Jitsu, no subúrbio de Bento Ribeiro, na cidade do Rio de Janeiro. Em 27 de janeiro de 1950, nesse mesmo subúrbio, Fadda fundou sua própria academia.
No subúrbio em que sempre viveu, com profundo idealismo, divulgou, extraordinariamente, esta modalidade esportiva. Demonstrava, com seus alunos, as técnicas do jiu jitsu nas favelas, praças públicas, praias, morros, circos, pátios de igrejas e clubes, visando à ampla expansão de sua prática possível a todos.
Outra importante atividade, da qual o Mestre Fadda foi pioneiro, era a recuperação, através do jiu jitsu, de pessoas com anomalias físicas e até mentais, principalmente vítimas de paralisia infantil.O seu trabalho de recuperação é um fato comprovado e pode ser atestado sem citar outros nomes, com as "performances" de "Torpedo" (Não possui as duas pernas) e "Aranha" (membros inferiores completamente atrofiados), ambos já conhecidos do público. Nesse setor o jiu-jitsu de Fadda tem feito verdadeiros milagres. - Para a paralisia, o remédio é Jiu-Jitsu. Posso provar isso por A mais B. Ivan Ferraz, jovem e bastante desanimado, chegou lá na Academia sem poder sustentar na mão um peso de 100 gramas. Hoje luta de igual
para igual com qualquer adversário de sua categoria.





Com tantos trabalhos voluntários e tendo como público uma comunidade carente, não lhe restava muito capital para investir em publicidade. O máximo que ele conseguia para poder divulgar sua academia era um pequeno espaço na página de óbitos. Então a solução encontrada pelo Mestre para chamar a atenção da mídia foi a de desafiar a poderosa família dos Gracie.
Em 1954, o Mestre Fadda foi aos jornais O Globo e o Diário da Noite e declarou:
“Desejamos enfrentar os Gracie, respeitamo-los como incomparáveis adversários, porém não os tememos. Disponho de cerca de vinte alunos para os encontros”.
Atendendo as expectativas, Hélio Gracie aceitou o desafio, dizendo-se impressionado pelo cavalheirismo do desafiante e garantiu que as lutas iriam ocorrer na própria sede da academia Gracie, no centro da cidade do Rio de Janeiro. As lutas ocorreram no segundo semestre do mesmo ano, mas dessa vez os fatos foram de encontro às expectativas: a academia Fadda superou a academia dos Gracie, surpreendendo a comunidade do jiu jitsu. Destaque para a finalização emplacada por José Guimarães, que deixou desacordado Leônidas, então lutador da Gracie. Ao término do desafio, a Academia Fadda, ganhou expressão e notoriedade.





“ACABAMOS COM O TABU DOS GRACIE”
disse Fadda, na época à Revista do Esporte.
Helio, impressionado com a técnica dos lutadores suburbanos, declarou que o Jiu-jitsu não era exclusividade de uma família.



É preciso existir um FADDA, para mostrar que o Jiu-Jitsu não é privilégio dos Gracie.

— Hélio Gracie, na Revista dos Esportes, publicada no Rio de Janeiro em 1954

2 comentários:

  1. Meu pai Vinicius Guerra, foi aluno do Mestre Fadda. Eu fui aluno do Ms Sebastião Ricardo no Mello. Orgulho! OSS!

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